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levados a cabo. . A 3 de julho de 1936, o New York Timer publicava a
seguinte notícia, sobre nosso vizinho sul-americano: BRASIL
DESTRUIRÁ 30% DA COLHEITA DE CAFÉ.
Fazendeiros receberão 5 mil-réis por saca pelas 6.600.000 sacas apreendidas
pelo governo.
Rio de Janeiro, 2 de julho - Calculada em 22 milhões de sacas a colheita do
café em 1936-1937, além de mais 4 a 5 milhões que restaram da safra
anterior, o Departamento Nacional do Café determinou que 30% desse total
fossem destruídos. Está pagando aos plantadores 5 mil-réis por saca, pela
destruição.
Do outro lado do oceano, na Europa, a estória se repetia. Esta, da Inglaterra,
foi notícia de primeira página:
A INGLATERRA REDUZIRÁ SUA PRODUÇÃO NOS MOLDES DOS
E.U.A.; LEIS RESTRINGEM A PRODUÇÃO TÉXTIL PARA
AUMENTAR OS PREÇOS
Por Charles A. Selden
LONDRES, 4 de fevereiro - Com a aprovação, esta noite, na Câmara dos
Comuns, da segunda votação de um projeto de lei que se destine a eliminar
os excedentes de algodão, a Grã-Bretanha está agora adotando a política do
Presidente Roosevelt, de reduzir a produção através de leis, visando ao
aumento dos preços. Outras tentativas houve, neste país, para eliminar os
excedentes - nos embarques e na indústria carvoeira, por exemplo - mas os
esforços anteriores não tinham a apoiá-los a força da lei. Esta aparece,
agora, na Lei dos Fusos do Algodão, que cria uma junta de governo com o
direito de comprar ou apreender o algodão em excesso ao que considera
necessário a bem da indústria algodoeira, em geral.
Segundo cálculos aproximados, cerca de 10 milhões de fusos, ou seja, quase
um quarto do que atualmente se emprega, serão suprimidos.
A maioria dos fabricantes de Lancashire é a favor da medida, mas a ela se
opõem operários e membros trabalhistas do Parlamento, alegando que nada
dispõe sobre aqueles que se acham em perigo de perder seus empregos, em
decorrência dessa operação.
Mas por quê?
Qual é o objetivo de todo esse planejamento para eliminar o excesso?
O capitalismo do laissez-faire, fácil é recordar, visava à obtenção de lucros.
O capitalismo do laissez-faire entrou em colapso e se esboçaram tentativas
de planejamento. O propósito do capitalismo planejado é o mesmo - a
obtenção de lucros. Em uma economia de abundância, onde a produção
ultrapassa o consumo, isso pode ser feito apenas através da eliminação dos
excedentes. A produção de maior número de mercadorias para o consumo
provocaria a baixa dos preços; a restrição da produção, ao contrário, eleva
os preços e, assim, aumenta os lucros. Dessa forma, o planejamento
capitalista seria um planejamento de escassez.
E tanto isso é verdade que Stolberg e Vinton encontram uma certa
justificativa para o craque do New EJeal: "Nada há que o New Deal tenha
realizado até agora que não pudesse ter sido feito, e melhor, por um
terremoto. O pior dos terremotos, de costa a costa, restabeleceria a escassez
com muito maior eficiência, e poria todos os sobreviventes a trabalhar pela
glória crescente dos Grandes Negócios - isso, muito mais rapidamente e com
menor rumor que o New Deal.
O planejamento capitalista tem ainda uma outra característica de relevo. Ë o
planejamento retalhado.
Quando a Administração Nacional de Recuperação (NRA) operava em
Washington, corria, à boca pequena, uma divertida - e construtiva - anedota
sobre Oscar Ameringer, o astuto diretor do The American Guardian.
Observador interessado das atividades matutinas no escritório de um dos
mais importantes funcionários da NRA, constatou a afluência de uma
torrente de industriais que faziam jorrar histórias de colapsos nos negócios; e
ouviu os "planos" formulados para dar novo alento ao cadáver. Depois de
observar tudo em silêncio, durante horas, não mais se pôde conter. Dando
um salto, gritou ao funcionário encarregado do planejamento: "O doente
sofre de varíola e você está tratando cada ampola de per si!
Ameringer sentiu que se tornava necessário um planejamento compreensível
de toda a economia nacional. Entretanto, viu que havia "um plano de auxílio
à indústria mercantil", "um plano de ajuda aos fazendeiros", um "plano para
aumentar o poder aquisitivo dos operários". Nada havia na América - ou em
outro qualquer país - que se assemelhasse, de longe, ao Plano Russo, que
conscienciosamente tentava ajustar as mil e uma atividades econômicas da
nação num todo auto-suficiente.
Isso se tornou possível na Rússia apenas pelo fato de ter sido abolida a
propriedade privada dos meios de produção. Onde os encarregados do
planejamento não têm direito de fazer isso, ou aquilo, ou aquilo outro,
simplesmente porque, em assim agindo, melindram o Sr. Proprietário de
Bens, é impossível um planejamento de âmbito global. Uma medida adotada
pela Gosplan na União Soviética prova ser eficaz, apenas porque é adotada
tendo em vista uma organização, toda a economia nacional soviética, que
não tem concorrentes ou rivais. Uma medida adotada por uma autoridade em
planejamento, em um país capitalista, prova ser ineficaz porque favorece um
grupo de proprietários de bens, digamos os importadores de açúcar cubano,
que por seu lado se opõem a um outro grupo de donos de bens, os
plantadores do açúcar americano. E, como a autoridade do Estado não tem
poderes para obrigar à obediência, vacila de cá para lá, ora dando um pouco
a um grupo, ora dando a outro.
Barbara Wootton, em seu Plan or no Plan, demonstra o que acontece ao
planejamento quando os meios de produção permanecem propriedade
privada: "Enquanto os instrumentos de produção e os produtos decorrentes
constituírem propriedade de particulares, interessados nos resultados
financeiros das operações com esses instrumentos e da venda daqueles
produtos, a maioria das medidas econômicas deve ser adotada, firma por
firma, ou indústria por indústria, seguindo os pontos de vista dessas pessoas
para que suas próprias empresas ou indústrias tomem os rumos mais
vantajosos possíveis. A produção do aço será planejada de modo a tornar um
paraíso as usinas, a produção da cerveja será planejada de modo a
transformar num paraíso as cervejarias, a produção de quadros será planejada
de modo a tornar a terra um céu para os artistas, e o resultado final bem
pode ser descrito antes como uma comunidade que tem um planejamento
contra, do que realmente como um planejamento." 366 Se a propriedade
privada barra caminho ao planejamento central, quando este é do interesse
dos próprios capitalistas, o que não fará para impedir a ação planificada no
interesse de todo o país! Tomemos como exemplo a questão da erradicação
das favelas. Todos estão de acordo em que elas devem desaparecer. Então,
por que não desaparecem? O que se interpõe no caminho dessa evidente
necessidade pública? A resposta é simples: a propriedade privada, o lucro
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